terça-feira, 6 de março de 2012

Verão exige cuidados especiais com as crianças

As altas temperaturas não têm dado trégua nesse Verão. Belo Horizonte registrou, nos meses de fevereiro e março, recordes de temperatura, que tem passado dos 30 graus. Nesta época do ano, Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) alerta para os cuidados com as crianças em dias tão quentes, já que são mais suscetíveis à desidratação e estão entre os que mais sofrem.

De acordo com a diretora do Hospital Infantil João Paulo II, Helena Francisca Valadares Maciel, a quantidade de líquido corporal na criança, comparada a sua massa corpórea, é menor que no adulto, fazendo com que elas se desidratem com maior facilidade. “A criança pode perder a mesma quantidade de água que um adulto e ficar desidratada. Já o adulto, nem percebe a perda”, afirma. Ela ressalta que os pequenos devem ter um cuidado especial, que começa com a importância da hidratação e da não exposição ao sol. Portanto, deve-se oferecer água com frequência para a criança, pelo menos três ou quatro vezes ao dia.

O cuidado com os recém-nascidos deve ser ainda maior, uma vez que eles desidratam com maior facilidade e é mais difícil identificar quando isso acontece. Como nas crianças mais velhas, eles manifestam sede e desidratação com irritabilidade, sendo necessário que os pais fiquem mais atentos nesta época do ano.

Além disso, os bebês costumam manifestar hipertermia, que é um aumento da temperatura do corpo, diferente da febre. Vesti-los com roupas mais leves e confortáveis também é importante para que problemas posteriores sejam evitados. Helena Maciel reforça que a prevenção é de grande importância, lembrando que o número de crianças internadas no Hospital Infantil João Paulo II com problemas causados pelo calor excessivo sempre aumenta durante o Verão.

Desidratação

Os pais também devem observar a irritabilidade de seus filhos, que pode ser um sinal de desidratação, já que crianças com sede costumam ficar irritadas. Além disso, é importante a observação da urina, que deve ser clara e abundante, uma vez que urina escura e em pouca quantidade pode indicar falta de água no corpo.

Quanto à exposição ao sol, deve-se tomar um cuidado especial no período de maior radiação solar, que vai das 10h às 16 horas. Nesse horário, é importante não deixar a criança exposta. Para serem mais efetivos, os cuidados também devem ser seguidos nas escolas. Assim, é necessário evitar deixar as crianças em locais onde fiquem expostas ao sol por muito tempo, como no período do recreio. O uso do protetor solar é outro importante aliado durante o Verão, no entanto, o fator de proteção não deve passar de 30, pois “acima de 30 a eficiência do produto não é grande e pode haver efeitos colaterais na criança”, diz Helena Maciel.

Prevenção

Ainda segundo a diretora, a prevenção deve orientar todas as ações (tanto dos pais quanto dos professores), para que problemas causados pelas altas temperaturas não ocorram. No entanto, nos casos de queimaduras causadas pelo sol, é indicado banho com água fria. Nos casos mais graves, o hospital oferece atendimento, mas a diretora lembra que, em Belo Horizonte, há o Hospital João XXIII, que é referência no tratamento de queimaduras.

Comida contaminada

Outra ocorrência comum no Verão são as doenças causadas pela comida contaminada. Por isso, é preciso bastante cuidado ao permitir que as crianças se alimentem fora de casa. Primeiro, porque os alimentos costumam ser muito gordurosos e pesados para a digestão. Além disso, com o calor, as chances de deterioração são muito maiores, o que pode levar a uma intoxicação alimentar.

Em casa, a comida deve ficar sempre protegida para evitar a contaminação por moscas e outros insetos. Outro cuidado é deixar na geladeira os alimentos que requerem refrigeração para que a proliferação de bactérias seja evitada. De acordo com a diretora do hospital, viroses e infecções bacterianas intestinais estão entre as doenças mais comuns que atingem as crianças nesta época do ano.

Nos casos de contaminação, Helena Maciel indica o uso do soro, que deve ser oferecido com frequência e em pequenas quantidades. “Cinquenta ml (ou três colheres de sopa) de soro, devem ser dados para a criança a cada perda decorrente de vômito ou diarréia”, orienta. É indicado que a alimentação seja leve e feita aos poucos. Em casos mais graves, a ajuda médica também é necessária. “Se a intensidade do vômito for grande, é importante que se leve a criança ao pronto atendimento”, alerta.

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