Nesta época do ano, em que os dias são bem mais quentes, as crianças são mais suscetíveis à desidratação. As altas temperaturas não têm dado trégua nesse Verão. Em Montes Claros, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS-MOC) alerta para os cuidados com as crianças nestes dias tão quentes, já que elas são mais suscetíveis à desidratação e são entre os que mais sofrem.
De acordo com a médica da Vigilância Epidemiológica da SRS-MOC, Catarina Veloso, a quantidade de líquido corporal na criança, comparada a sua massa corpórea, é menor que no adulto, fazendo com que elas se desidratem com maior facilidade.
- A criança pode perder a mesma quantidade de água que um adulto e ficar desidratada. Já o adulto, nem percebe a perda, afirma. Ela ressalta que os pequenos devem ter um cuidado especial, que começa com a importância da hidratação e da não exposição ao sol. Portanto, deve-se oferecer água com frequência para a criança, pelo menos três ou quatro vezes ao dia.
Crianças
O cuidado com os recém-nascidos deve ser ainda maior, uma vez que eles se desidratam com maior facilidade e é mais difícil identificar quando isso acontece. Como nas crianças mais velhas, eles manifestam sede e desidratação com irritabilidade, sendo necessário que os pais fiquem mais atentos nesta época do ano.
Além disso, os bebês costumam manifestar hipertermia, que é um aumento da temperatura do corpo, diferente da febre. Vesti-los com roupas mais leves e confortáveis também é importante para que problemas posteriores sejam evitados. Catarina Veloso reforça que a prevenção é de grande importância.
Desidratação
Além disso, é importante a observação da urina, que deve ser clara e abundante, uma vez que urina escura e em pouca quantidade pode indicar falta de água no corpo.
Quanto à exposição ao sol, deve-se tomar um cuidado especial no período de maior radiação solar, que vai das 10h às 16 horas.
- Nesse horário, é importante não deixar a criança exposta. Para serem mais efetivos, os cuidados também devem ser seguidos nas escolas. Assim, é necessário evitar deixar as crianças em locais onde fiquem expostas ao sol por muito tempo, como no período do recreio. O uso do protetor solar é outro importante aliado durante o Verão, no entanto, o fator de proteção não deve passar de 30, pois acima de 30 a eficiência do produto não é grande e pode haver efeitos colaterais na criança, diz Catarina Veloso.
Prevenção
Ainda segundo a médica, a prevenção deve orientar todas as ações (tanto dos pais quanto dos professores), para que problemas causados pelas altas temperaturas não ocorram. No entanto, nos casos de queimaduras causadas pelo sol, é indicado banho com água fria. Nos casos mais graves, é preciso procurar atendimento médico.
Comida contaminada
Outra ocorrência comum no verão são as doenças causadas pela comida contaminada. Por isso, é preciso, segundo Catarina Veloso, bastante cuidado ao permitir que as crianças se alimentem fora de casa. Primeiro, porque os alimentos costumam ser muito gordurosos e pesados para a digestão. Além disso, com o calor, as chances de deterioração são muito maiores, o que pode levar a uma intoxicação alimentar.
- Em casa, a comida deve ficar sempre protegida para evitar a contaminação por moscas e outros insetos. Outro cuidado é deixar na geladeira os alimentos que requerem refrigeração para que a proliferação de bactérias seja evitada, explica.
De acordo com a médica, viroses e infecções bacterianas intestinais estão entre as doenças mais comuns que atingem as crianças nesta época do ano.
Nos casos de contaminação, Catarina Veloso indica o uso do soro, que deve ser oferecido com frequência e em pequenas quantidades.
- Cinquenta ml (ou três colheres de sopa) de soro, devem ser dados para a criança a cada perda decorrente de vômito ou diarreia, orienta. É indicado que a alimentação seja leve e feita aos poucos. Em casos mais graves, a ajuda médica também é necessária. Se a intensidade do vômito for grande, é importante que se leve a criança ao pronto atendimento, alerta.